sábado, 18 de outubro de 2014

O papel dos "oásis" oceânicos nas interações entre organismos marinhos


 Um estudo internacional coordenado por pesquisadores do Institut de Recherche pour le développement (França), o Instituto da Marinha do Peru (IMARPE), Telecom da Bretanha e CNRS, permitiram compreender o papel importante da dinâmica dos oceanos na estruturação do ecossistema marinho. 
A turbulência oceânica cria "oásis" que concentram a maioria dos organismos marinhos, do zooplânctons para o alimento das aves. 
Identificar este processo acabará por melhorar as medidas de gestão especializada dos recursos marinhos. Estes resultados foram publicados na revista Nature Communications.

A água do mar está em constante movimento. A turbulência oceânica cria efêmeros "oásis”, por vezes semelhantes a pequenos redemoinhos. Identificar onde e quando oásis apareciam constituía um desafio para os cientistas, que dispõem de poucas observações em alta resolução, aquém dos mecanismos oceânicos de grande escala (dezenas de km, bem identificados) ou de pequena escala (de algumas centenas de metros a vários km, em grande parte desconhecidos) 
O forte impacto da turbulência oceânica nos ecossistemas marinhos

Para entender melhor a formação desses oásis, os pesquisadores recolheram ao largo do Peru (na zona da corrente de Humboldt) dados de sonda acústicos que tornam possível, a cada segundo, informação sobre a turbulência oceânica e biomassas de plâncton e peixes. Estes dados foram complementados com seguimento por GPS das principais aves marinhas do Peru.















Corrente de Humboldt ou do Peru

Os pesquisadores mostraram que a dinâmica oceânica de pequena escala desempenha o papel principal na estruturação do ecossistema marinho, do plâncton às aves. De fato, a turbulência cria "oásis" como pequenos redemoinhos ou ondas, que concentram plâncton. Peixes, pássaros e outros predadores móveis adaptam a sua distribuição ao das suas presas nesta paisagem dinâmica.
O melhor conhecimento e quantificação desses processos de pequena escala é um passo importante na compreensão dos mecanismos para a transferência de energia ao longo da cadeia alimentar. Os pesquisadores concentram-se agora em cartografar os "hotspots" (áreas onde estes oásis são mais numerosos) para melhorar a delimitação de áreas protegidas marinhas pelágicas. A longo prazo, a consideração destes mecanismos vai melhorar as medidas de gestão do espaço dos recursos marinhos e modelos ecossistêmicos.


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