Começa na quinta-feira e segue até o dia 19 a 62.ª edição do Festival de Berlim, um dos eventos cinematográficos mais importantes do mundo. Agendado estrategicamente para o mês em que são divulgadas as indicações do Oscar, a Berlinale se firma cada vez mais como a plataforma de lançamento europeia das grandes produções do cinema mundial.
Dieter Kosslick, diretor do festival, destacou em uma nota oficial que os filmes desta edição são, em sua maioria, pré-estreias mundiais. “Isso avaliza a importância da Berlinale. São filmes para os tempos de crise que vivemos. Tratam de mudanças, recomeços e retratam a história do ponto de vista de todos que estão sofrendo as turbulências da era atual”, ressaltou.
O Brasil está presente na mostra oficial como coprodutor de Tabu, do português Miguel Gomes, e marca presença na mostra paralela Panorama em dois momentos: na Principal, com Xingu, e na Documenta, com Olhe pra Mim de Novo.O festival terá início com a exibição de Les Adieux à la Reine, do francês Benoît Jacquot, que traz no elenco Diane Kruger (Bastardos Inglórios), Léa Seydoux e Virginie Ledoyen. O filme é uma adaptação para as telas do livro O Adeus à Rainha, de Chantal Thomas, que retrata os primeiros dias da Revolução Francesa na perspectiva dos empregados de Versalhes.
Xingu, de Cao Hamburger – estrelado por João Miguel, Felipe Camargo e Caio Blat – reconstitui a saga dos irmãos Villas-Boas, em sua missão desbravadora pelo Brasil Central.
O diretor retorna à Berlinale, onde concorreu em 2007 ao Urso de Ouro com O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias.
Em declaração à Gazeta do Povo, Hamburger manifestou sua satisfação por retornar ao festival. “Berlim é a elite do cinema mundial. Essa história não poderia estar em outro lugar”, ressaltou.
Olhe pra Mim de Novo, de Kiko Goifman e Claudia Priscilla, por sua vez, é um road movie pelo sertão nordestino que revela o dia a dia do transexual Sylvio Luccio.
Entre os curtas-metragens nacionais, estarão no festival L, de Thais Fujinaga (mostra Geração), e Licuri Surf, de Guile Martins (mostra competitiva do formato).
Oficial
A mostra mais importante do evento – cujo júri será presidido pelo diretor britânico Mike Leigh (Simplesmente Feliz) – terá 23 filmes, 18 dos quais em competição.
Com muitos novatos, os destaques entre os títulos em competição, além do filme de abertura, são: Cesare Deve Morire, dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani; Captive, o esperado filme do controverso diretor filipino Brillante Mendoza; Home for the Weekend, do alemão Hans-Christian Schmid, que tenta o Urso de Ouro pela quarta vez; Jayne Mansfield’s Car, do ator e diretor americano Billy Bob Thornton; e White Deer Plain, do chinês Wang Quan’an, ganhador do Urso de Ouro em 2007 com O Casamento de Tuya.
Também se destacam Tão Forte e Tão Perto, do americano Stephen Daldry (indicado ao Oscar de melhor filme este ano) e The Flowers of War, do chinês Zhang Yimou (O Clã das Adagas Voadoras), que terão sua première europeia na mostra oficial fora de competição.
Na Berlinale Especial, três filmes estão entre os mais esperados: Marley Documentary, de Kevin MacDonald, sobre o lendário cantor de reggae Bob Marley (1945-1981); Death Row, uma série de quatro documentários sobre os condenados do corredor da morte, de Werner Herzog; e In the Land of Blood and Honey, de Angelina Jolie, estreia da atriz na direção de um longa de ficção.
Haywire, thriller de Steven Soderbergh (O Desinformante) também integra a mostra oficial e será apresentado numa sessão especial.
Aniversário
A mostra Panorama, destinada a filmes de cunho social e qualidade artística, completa 26 anos com a exibição de 53 títulos vindos da Europa, Estados Unidos, América Latina e Ásia.
Além de Xingu e Olhe pra Mim de Novo, são destaques da mostra os longas 10+10, projeto coletivo de dez diretores, entre eles, Hou Hsiao-hsien; Keep the Lights On, de Ira Sachs (com roteiro do brasileiro Mauricio Zacharias); La Mer à l’aube, de Volker Schlöndorff (Alemanha); e Indignados, de Tony Gatlif (França).
Homenagens
O Urso Honorário desta edição será entregue à atriz americana Meryl Streep. Numa longa carreira que inclui cerca de 60 filmes e muitos prêmios, Meryl está indicada ao Oscar por seu desempenho como Margaret Thatcher em A Dama de Ferro, de Phyllida Lloyd.
A tradicional retrospectiva será dedicada aos lendários estúdios de cinema germano-russos conhecidos como a Fábrica de Sonhos Vermelha e incluirá mais de 40 filmes, entre eles, clássicos do cinema soviético, como O Fim de São Petersburgo (1927) e Tempestade sobre a Ásia (1928), ambos de Pudovkin; e Outubro (1928), de Serguei Eisenstein.
O Estúdio Babelsberg, que está celebrando o seu centenário neste mês, também será homenageado nesta edição da Berlinale. A retrospectiva – intitulada Feliz Aniversário, Estúdio Babelsberg – apresentará um filme de cada década de sua produção, que inclui títulos como A Última Gargalhada, de Friedrich W. Murnau; Metropolis, de Fritz Lang e Os Assassinos Estão entre Nós, de Wolfgang Staudte.
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