“O Porto”, filme do finlandês Aki Kaurismäki: mesmo estilo, mais otimismo.

O diretor Finlandez

Vivendo em um lugar tranqüilo, exilado por vontade própria e sem grandes pretensões, ele sai todos os dias pela manhã em busca do ganha pão engraxando sapatos, pela noite vai beber no restaurante da esquina com os amigos e termina o dia em casa jantando a comidinha da mulher que o espera com a calma de um Buda. 

Vida pacata num lugar simples de Havre, cidade portuária da Normandia é o cenário perfeito escolhido pelo diretor Aki Kaurismäki para o protagonista Marcel Marx (André Wilms) e sua esposa Arletty (Kati Outinem) existirem. 

Com diálogos secos, frios, curtos e movimentos duros dos personagens que chegam a provocar estranhamento aos menos avisados, o diretor finlandês evidencia a sua costumeira ironia, sarcasmo e bom humor, próprios dos seus filmes, no entanto consegue mostrar-se mais otimista e especialmente humanista neste filme. 

Minimalista, o filme “O Porto”, que está cartaz nas salas de cinemas de todo Brasil, traz personagens solidários e incrivelmente amáveis, numa trama deliciosa que nos deixa com lágrimas nos olhos.