terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Flórida- prévias - hispânicos, grupo diversificado...




Para conquistar a simpatia dos votantes da Flórida, Romney e Gingrinch esforçam-se para falar em espanhol nos últimos dias. Os hispânicos representam 13,1% dos eleitores registrados para a votação.

Mas simplesmente falar espanhol - idioma que disputa lugar com o inglês em boa parte do Estado – não significa falar com um grupo coeso.

Ao contrário da visão tradicional, os eleitores hispânicos da Flórida hoje são um grupo diversificado, não apenas em sua origem, mas também em seus anseios e predileções políticos.

Antes majoritariamente republicano, o eleitorado hispânico hoje pende mais para os democratas. Os interesses também mudam de acordo com a região do estado na qual vivem.

Para alguns, a Flórida são três estados em um só: o sul é predominantemente cubano, o centro é portorriquenho e o norte, onde os hispânicos representam 10% da população total, assemelha-se mais ao sul rural do país.
Estado pendular

A Flórida é considerado um "Estado pêndulo" (swing state), já que nem republicanos nem democratas têm vitória garantida no local.

Em 2008, a Flórida foi com Barack Obama. Em 2001, no entanto, foi o Estado que deu a polêmcia vitória a George W. Bush.

Para os analistas, Obama ganhou no Estado justamente porque conseguiu apoio hispânico.

Segundo um estudo do Centro Pew Hispânico, até 2006 os habitantes de origem latina da Flórida tendiam a se identificar com o Partido Republicano. A mudança veio em 2008, a favor do partido de Obama.

De acordo com dados recentes publicados pela Divisão Eleitoral da Flórida, há 1.473.920 eleitores de origem latino-americana registrados no Estado, pouco mais de 13% do total.
O que mudou?

Para muitos analistas, a quebra geracional na comunidade de origem cubana (tradicionalmente republicana) e a chegada de cidadãos de outros países são as razões da mudança.


Discurso 'cubanizado' dos republicanos não empolga hispânicos de outras origens

"No grupo entre 18 e 29 anos, Obama conseguiu 65% dos votos dos cubano-americanos", explicou Philip Williams, diretor do Centro de Estudos Latino-americanos da Universidade da Flórida.

"O peso do voto cubano tem diminuído. Nas eleições de 2004, os cubanos eram 55% do eleitorado hispânico. Em 2008, eram 40%. Agora, em 2012, serão talvez 35%”, diz.

Segundo o último censo, os cubanos são 32,4% dos cidadãos latinos da Flórida, concentrando-se no sul do Estado.

Já os portorriquenhos (que possuem cidadania americana) tornaram-se o segundo grupo hispânico do Estado, com 28,4% do total. A maioria vive nos arredores de Orlando.

Mais ao norte, predominam os mexicanos e os centro-americanos.
'Cubanização'

Alguns analistas apontam que a perda do apoio latino entre os republicanos é consequência da estratégia do partido, que sempre buscou “cubanizar” o debate político na Flórida.

"A questão em torno de Fidel Casto não repercute entre os outros latinos. Existem temas mais importantes", segundo Williams.

Pesquisas mostram que emprego, educação, habitação e saúde perfazem as principais preocupações dos eleitores hispânicos.

Para vários analistas, a visita de Obama a Porto Rico, em junho do ano passado, tinha intenções eleitorais.

Embora os habitantes do Estado livre associado (status da ilha) não possam votar nas eleições presidenciais, as preferências por lá podem influenciar a comunidade portorriquenha que vive na Flórida e que, sim, pode ir às urnas.

A disputa entre os republicanos também deve ser acirrada. Segundo uma pesquisa da Universidade de Quinnipiac, 36% dos eleitores da Flórida pretendem votar em Romney e 34% em Gingrich.

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