Navio passa pelo estreito de Ormuz sem problemas
Ameaça do Irã de bloqueio do estreito de Ormuz é maior temor atualmente
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia aprovaram hoje, dia 23, a adoção de um embargo ao petróleo iraniano, como resposta ao programa nuclear do governo de Teerã.
A medida envolve a proibição imediata de novos contratos para a compra de petróleo do Irã por parte dos países do bloco.
Além disso, a União Europeia também vai impor restrições ao Banco Central iraniano e expandir uma série de outras medidas já existentes que visam diminuir a capacidade do Irã de negociar com outros países.
Segundo analistas, as novas sanções, que também determinam que os contratos de petróleo existentes serão cumpridos até o dia 1º de julho, devem aumentar ainda mais a tensão entre o bloco europeu e o Irã.
O editor da BBC para a Europa Gavin Hewitt afirma que estas estão entre as medidas mais duras já adotadas pela União Europeia contra o país.
O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que o embargo mostra "a determinação da União Europeia nesta questão".
"É absolutamente correto fazer isto quando o Irã continua a desrespeitar resoluções da ONU e se recusa a participar de negociações importantes sobre seu programa nuclear", acrescentou.
O governo iraniano nega que esteja tentando desenvolver armas nucleares e diz que o diálogo e não as sanções é a única forma de resolver a disputa.
Em resposta ao anúncio da União Europeia, um político iraniano afirmou que Teerã deve suspender imediatamente todas as vendas de petróleo para países europeus.
Ali Fallahian teria dito à agência de notícias iraniana Fars que o Irã deve parar de exportar o petróleo antes do dia 1º de julho, "para que o preço do petróleo aumente e os europeus... tenham problemas".
Novos fornecedores
A União Europeia compra cerca de 20% das exportações de petróleo iraniano.
A Grécia é um dos países europeus que mais depende do combustível do país, pois compra cerca de um terço do petróleo que usa do Irã.
Itália e Espanha também compram do Irã, cada um, 10% do petróleo que usam. Estes países agora terão que procurar novos fornecedores.
O embargo deve ser adotado em etapas, para minimizar o impacto nos países que importam petróleo do Irã.
Segundo o analista da BBC para assuntos de Defesa Jonathan Marcus, outros fornecedores, como a Arábia Saudita, parecem inclinados a cobrir a falta que o petróleo iraniano poderá fazer, apesar das ameaças do Irã contra aquele país.
Marcus destaca também o fato de que os clientes do Irã na Europa estão entre os países europeus com economias mais fracas.
Petróleo para a Ásia
Os principais clientes do Irã, no entanto, não estão na Europa, mas na Ásia.
Os Estados Unidos já tentaram, com sucesso apenas limitado, convencer a Coreia do Sul e o Japão a diminuírem as importações do petróleo iraniano.
A China, que compra mais de um quinto do petróleo produzido pelo Irã, é a chave para o sucesso de sanções contra o país. Mas, o governo chinês está enviando sinais conflitantes.
Por um lado, a China parece ter diminuído os pedidos para o Irã e tentado aumentar suas ligações com outros produtores da região do Golfo Pérsico.
Mas, ainda não está claro se isto reflete um desejo de alertar, diplomaticamente, o Irã ou uma manobra para conseguir o melhor preço, já que o setor de petróleo do Irã está sob pressão.
Consequências e tensão
Os diplomatas ocidentais ainda não sabem se estas novas sanções serão bem sucedidas. Não há dúvidas de que a economia iraniana deve ser prejudicada, mas ainda não se sabe quais serão as consequências para o programa nuclear do país, que é uma questão de orgulho nacional.
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