O grupo retorna ao pop rock de bom gosto com Gimme Somme, sexto disco do trio, lançado no Brasil pela Vigilante neste mês de julho, devolve PB&J à sua melhor forma. O álbum é um divertido exercício pop, com referências tanto ao pop de Elvis Costello, ao rock setentista do Buzzocks e ao krautrock da banda Can.
“A principal diferença desse disco está na gravação. Queríamos voltar ao básico, ao que éramos. Simplesmente respeitamos nosso jeito de tocar e o nosso momento atual”, disse o guitarrista e vocalista Peter Morén, de sua casa em Estocolmo, na Suécia, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo.
O básico para o trio, em que também brincam Bjorn Yttling (baixo, vocais e teclados) e John Eriksson (bateria, percussão e vocais), ora, é o básico do rock. “Para gravar Living Thing usamos balões, guarda-chuvas e vários samplers. Agora, foi só guitarra, baixo e bateria”, disse o sueco.
No novo disco, o quesito experimentação atende pelo nome de Per Sunding, o produtor do álbum. Foi a primeira vez que o trio convocou alguém para subir e descer botões no estúdio. “A banda existe desde 1999 e decidimos que precisávamos de algo novo nesse sentido. Novas ideias, algum olhar diferente no estúdio”, explica o músico, que tem Caetano Veloso e Jorge Ben Jor em seu Ipod.
Na Suécia, Per é meio que um mago. Tem em seu currículo a produção de bandas como The Cardigans e Swan Lee. E é ex-membro da Eggstone, considerada por muitos como uma das principais bandas do pop sueco das últimas duas décadas. “Buscávamos algo perto do punk, um som mais agressivo, enérgico, direto, com mais guitarras”, diz o sueco. As músicas passam longe do punk. E a dita atitude está, talvez, na maneira de gravar, sem rodeios. Peter concorda. E ri, ri muito. “As músicas não são... é, elas não são punk de jeito nenhum. Talvez só nas nossas cabeças”.
I’m from Estocolmo
Os anos 2000 foram gentis com bandas da Suécia. I’m from Barcelona, Taken by Trees, Jens Lekman e outros despontaram escandinávia afora, revelando que há algo na água da terra do Abba. “Não chamaria de movimento, apesar de todos esses grupos serem mais pop. Nós fazemos coisas parecidas, mas não tomamos cerveja juntos. O que há de similar é a melancolia nas letras. Não sei por que. Talvez os nossos invernos longos expliquem”, diz Peter.
Em 2008, Peter Bjorn and John veio ao Brasil tocar para pouco mais de 500 pessoas. No dia 5 de novembro, retornam para uma apresentação no Festival Planeta Terra, no qual são esperadas mais de 20 mil. “Vai ser muito bom voltar. É ótimo tocar para grandes públicos”, diz Peter, citando um show recente de Bruce Springsteen.
“Foi na Inglaterra, para uma multidão. Mesmo assim, ele conseguiu fazer com que todos interagissem, conseguiu criar um dialogismo. Se conseguirmos fazer isso, estarei feliz”, finaliza o simpático Peter Móren.