sábado, 16 de julho de 2011

- 2 DE AGOSTO - Data limite para os USA chegarem a um acordo sobre o teto da dívida.

Como já havia informado na edição de ACONTECENDO do dia 12  de julho de 2011, sobre o provável estado de insolvência do país, ontem o presidente Obama falou de 'sacrifício' a todos para acordo sobre teto da dívida.
O presidente dos EUA disse nesta sexta-feira (15)  que o tempo dos Estados Unidos para chegar a um acordo sobre o aumento do limite da dívida federal e evitar um default [calote] está se esgotando. De acordo com Obama, as negociações sobre o déficit do país deveriam ter sido iniciadas mais cedo e não deixadas para a última hora.
O tempo está se esgotando e o que disse aos membros do Congresso é que eles têm as próximas 24 a 36 horas para me dar uma ideia do plano para elevar o teto da dívida"
Em entrevista coletiva concedida na Casa Branca, Obama afirmou que, se não for elevado o teto da dívida, isso significaria um aumento de impostos para todos os americanos.
Comum no Congresso americano, onde ocorre de forma periódica desde 1917 (data em que foi estabelecido um limite legal para o endividamento do país), a renegociação do teto da dívida enfrenta um impasse no momento. A oposição republicana, adversários políticos de Obama, exige que o aumento do limite seja vinculado a cortes maiores no orçamento americano dos que os desejados pelo governo democrata.
O país alcançou, em meados de maio, o valor para o teto autorizado por lei, num total de US$ 14,3 trilhões.
"Obviamente, o tempo está se esgotando e o que disse aos membros do Congresso é que eles têm as próximas 24 a 36 horas para me dar uma ideia do plano para elevar o teto da dívida através de um mecanismo apropriado", afirmou o chefe de Estado em coletiva de imprensa na Casa Branca. Ele pediu mais sacrifícios para todos, principalmente milionários e bilionários, o que inclui, também, corte dos gastos do governo. O presidente citou, várias vezes, que é necessário ser feito um "grande acordo".
Risco do país
Preocupada com a questão, a agência de classificação de risco Standard & Poor's aumentou a pressão sobre o debate nesta quinta-feira(14), ao afirmar que o risco de o país perder sua nota máxima de crédito nos próximos três meses aumentou consideravelmente, mesmo se os parlamentares chegarem a um acordo até o fim do mês.
O alerta da S&P aconteceu depois que a China, maior credor internacional dos Estados Unidos com mais de US$ 1 trilhão em bônus do Tesouro, pressionou Washington a adotar políticas responsáveis para proteger os interesses dos investidores.

Na quarta-feira,a agência classificadora de risco Moody's já havia anunciado que considera baixar a nota a agência da dívida dos Estados Unidos, que atualmente se encontra no melhor patamar possível, em "Aaa".
Obama referiu-se a seus adversários republicanos afirmando que, "se me mostrarem um plano sério, estou disposto a considerá-lo", mas antecipou que uma proposta orçamentária sem aumento de impostos "não é um plano sério".
"Continuo buscando um acordo amplo. Mas também disse que, se não pudermos alcançar o melhor acordo possível, tentaremos ao menos conseguir um acordo básico sobre a redução do déficit", acrescentou.
O presidente e os democratas querem aumentar os impostos aos contribuintes mais ricos, medida inadmissível para seus adversários, partidários de cortar gastos sociais para obter recursos.
Sacrifício
Obama disse que, durante as negociações, falou a líderes do Congresso que esta é uma oportunidade de "aproveitar o momento" através do sacrifício compartilhado como cortes nos gastos domésticos, os gastos de defesa, os gastos de saúde (incluindo Medicare) e receitas.
O presidente comparou os sacrifícios que devem ser feitos aos de uma família que está endividada com o cartão de crédito. De acordo com ele, nesses casos, os pais não deixam de pagar as contas ou de levar os filhos à escola, mas sim passam a fazer as coisas de um jeito mais responsável. "É isso que temos de fazer", disse.
"Temos de fazer alguma coisa grande, temos a chance de estabilizar a economia americana por 10, 15 anos", disse à imprensa.
Credores
China, Japão, Reino Unido, Brasil, e os países exportadores de petróleo estão entre os maiores credores estrangeiros: detêm 32% da dívida pública dos Estados Unidos.
Segundo números do Departamento do Tesouro, a dívida pendente dos EUA somava, no último dia 30 de junho, US$ 14,3 trilhões, dos quais US$ 4,6 trilhões eram "pastas intergovernamentais" e US$ 9,7 trilhões eram dívidas nas mãos do público.
Os EUA devem somente ao Brasil a quantia de US$ 187 bilhões. O maior credor do país é a China, com US$ 1,1 trilhão, seguida pelo Japão com US$ 882,3 bilhões, o Reino Unido com US$ 272,1 bilhões e os exportadores de petróleo com US$ 211,9 bilhões.
Outros grandes detentores de bônus e títulos da dívida americana são os bancos radicados no Caribe, que acumulam títulos no valor de US$ 169 bilhões, Taiwan com US$ 155 bilhões, Rússia com US$ 151 bilhões, Hong Kong com US$ 135 bilhões e Suíça com US$ 107 bilhões.
Informações da Reuters, da BBC, da AFP e de agências internacionais